Posted by Bruna Calegari at 12/08/2025
O FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) deixou de ser um produto de nicho para se tornar protagonista nas estratégias de funding e otimização tributária das empresas brasileiras. Entenda neste artigo por que agora é o momento de se aproximar do seu gerente de produtos financeiros e montar um FIDC sobre medida.
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Na prática, um FIDC compra direitos de recebimento de uma empresa como duplicatas, parcelas de cartão ou contratos. Assim, ele tem a visualização dos recebíveis e pode antecipar esse valor para o negócio, na forma de crédito estruturado. Em pouco tempo pode-se transformar recebíveis futuros em capital imediato, sem recorrer a empréstimos convencionais.
Em 2025, três fatores aceleraram a adoção: 1 - Taxa de juros em patamar ainda elevado, pressionando o custo do crédito tradicional; 2 - Avanço da regulação e da tecnologia: a tokenização de recebíveis e integração com ERPs reduziram riscos e prazos de liquidação; 3 - Otimização fiscal: estruturas bem montadas chegam a gerar ganhos de até 19% em eficiência tributária para operações específicas (métrica interna verificável).
Dentro da Trio realizamos três casos de FIDC que valem à pena ser compartilhados. O primeiro é de um grupo de varejo nacional, que antecipou R$ 80 milhões de recebíveis de vendas sazonais, garantindo caixa para expansão sem contrair dívida bancária. O segundo, uma empresa de energia renovável que estruturou e usou um FIDC para financiar projetos e adquirir 3.800 novos clientes em seis meses. Outro foi de uma plataforma de e-commerce: manteve estabilidade no pico da Black Friday com capital de giro obtido via FIDC estruturado. O crédito estruturado funciona muito bem, mas antes de começar é essencial ter alguns cuidados com a parte fiscal e de governança, como explicaremos a seguir.
Para começar uma n ova etapa de tomada de crédito estruturado, é importante saber que FIDC não é plug-and-play. O desenho de um FIDC exige, primeiramente, uma análise criteriosa da carteira de recebíveis, governança robusta para investidores e estrutura jurídica alinhada à regulação do mercado. Tendo isso alinhado é importante entender a evolução que tornou possível, em 2025, fazer do FIDC uma parte do playbook de qualquer CFO que busca crescer assumindo o controle da sua liquidez, e não deixando o caixa refém do calendário de pagamentos:
De 2020 a 2025, o cenário regulatório dos FIDCs evoluiu para torná-los mais seguros, transparentes e acessíveis. A Resolução CVM 175 consolidou normas, modernizou a governança e flexibilizou estruturas de cotas, permitindo inclusive que investidores de varejo acessem cotas seniores de menor risco. A exigência de registro obrigatório de recebíveis junto ao Banco Central reforçou a segurança operacional, enquanto novas responsabilidades para gestores elevaram o padrão de controle e diligência. Somando-se a isto a reforma tributária de 2025 (LCP 214) incluiu FIDCs no novo regime do IBS e CBS, preservando a isenção para fundos que mantêm a classificação de “entidade de investimento”, garantindo a atratividade fiscal. Essas mudanças transformaram o FIDC de um produto restrito a um instrumento estratégico para liquidez e eficiência financeira no mercado brasileiro.
Para quem entende de gestão financeira, o FIDC não é apenas um produto: é ferramenta estratégica. Ele integra gestão de caixa, planejamento tributário e mitigação de risco de crédito com a vantagem de ser invisível para o cliente final. Quando bem estruturado, funciona como um braço financeiro silencioso, sustentando operações críticas sem burocracia aparente. Se este é o caminho escolhido na sua gestão, esteja ciente destes pontos para começar a estruturar um FIDC:
Insight de especialista: Ao assumir a complexidade de estruturar um FIDC, sua empresa ganha simplicidade operacional e previsibilidade de caixa - dois ativos raros no cenário atual.